segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mulheres e Crianças Deixam o Avião

Havíamos levantado vôo de Pasto, na parte sudoeste da Colômbia, às dez da manhã. Foi apenas alguns minutos depois de levantarmos vôo que o pistoleiro apareceu na cabina com sua espingarda, dum tipo pequeno, semiautomático, e ordenou à tripulação que omitisse a escala programada em Popayan e desviasse o vôo para Cali.

Ao nos aproximarmos de Cali, o pistoleiro peremptoriamente ordenou que as cortinas das janelas fossem fechadas e mandou que todos se sentassem com as mãos por trás da cabeça e que não olhassem pela janela quando aterrisássemos. Algumas mulheres e crianças perto da frente estavam chorando. Cessara a conversa. Os que confiavam em Deus faziam silenciosa súplica.

A atmosfera estava tensa, ao esperarmos o próximo passo do seqüestrador. Veio com a ordem de que as mulheres e crianças deixassem o avião. Em nosso grupo de 12 havia cinco casais. Ansiosos de tirar nossas esposas do perigo, instamos com elas a que obedecessem à ordem do pistoleiro. No entanto, uma das esposas deu alguns passos em direção à porta e então voltou e correu em direção ao marido, no fundo do avião. Ela queria que ele beijasse seu bebê de dois meses, como despedida. Atônito, ele instou de novo com ela: ‘Vá! Saia do avião!” Os olhos dela estavam cheios de lágrimas ao sair.

Mas, vendo nossas esposas a salvo, sentimo-nos aliviados. Agora, até mesmo o seqüestrador parecia menos nervoso. Mas, quanto a nós, tínhamos certeza de que seríamos levados para Cuba, embora o pistoleiro nada dissera sobre isso.

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