terça-feira, 15 de junho de 2010

Realizado o Ataque de Surpresa

Como foi possível que uma grande força-tarefa, que incluía seis porta-aviões, se aproximasse sorrateiramente até 370 quilômetros de Oahu e lançasse a primeira onda de 183 aviões de ataque, que evitaram as redes de radares e impuseram à Frota do Pacífico dos EUA um golpe tão terrível? Por um lado, a força-tarefa nipônica seguiu a rota nordeste, apesar dos turbulentos mares do inverno. As patrulhas dos EUA eram menos fortes ao norte de Pearl Harbor. E os porta-aviões nipônicos mantiveram estrito silêncio, não utilizando o rádio.

No entanto, a ilha estratégica era guardada por radar, para detectar a aproximação de qualquer avião. Por volta das sete horas daquela manhã decisiva, dois praças do Exército, em serviço na Estação-Móvel de Radar de Opana, na ilha de Oahu, observaram blips incomumente grandes no osciloscópio, que representavam “provavelmente mais de 50” aviões. Mas, quando alertaram o Centro de Informações, foi-lhes dito que não se preocupassem com isso. O oficial no Centro de Informações presumiu que se tratava de uma esquadrilha de bombardeiros americanos B-17, programada para vir da área continental dos EUA.

Ainda assim, será que o governo dos EUA não sentia o cheiro de pólvora no ar, por assim dizer? O governo nipônico mandara uma mensagem de 14 partes a seus enviados em Washington, DC, para ser entregue a Cordell Hull, Secretário de Estado, exatamente às 13 horas, hora local, em 7 de dezembro de 1941. Isso seria a manhã de 7 de dezembro em Pearl Harbor. A mensagem continha a declaração de que o Japão romperia as negociações com os Estados Unidos sobre problemas políticos cruciais. Tendo interceptado tal mensagem, o governo dos EUA ficou cônscio da gravidade da situação. Na véspera daquele dia momentoso, Franklin D. Roosevelt, então presidente dos Estados Unidos, recebera as primeiras 13 partes do documento interceptado. Depois de lê-las, ele disse, em essência: “Isto significa guerra.”

Embora as autoridades dos EUA achassem ser iminente uma ação hostil por parte dos japoneses, a The New Encyclopædia Britannica (Nova Enciclopédia Britânica) diz: “Eles não tinham idéia do dia e da hora, nem do local em que isso aconteceria.” A maioria achava que seria em alguma parte do Extremo Oriente, talvez na Tailândia.

A audiência das 13 horas teve de ser atrasada, porque as secretárias da embaixada japonesa foram lentas em datilografar a mensagem em inglês. Quando o embaixador japonês entregou o documento a Hull, eram 14:20 horas em Washington. A essa hora, Pearl Harbor já estava sob ataque e era ameaçada de uma segunda onda de ataque. As notícias do reide já tinham chegado a Hull. Ele nem sequer ofereceu cadeiras para os enviados; ele leu o documento e friamente lhes mostrou a porta.

A demora na entrega do tencionado ultimato intensificou a ira dos americanos contra o Japão. Até alguns japoneses achavam que tal circunstância transformou o ataque contra Pearl Harbor de um estratégico ataque de surpresa em um ataque à traição. “As palavras ‘LEMBRE-SE DE PEARL HARBOR’ tornaram-se um juramento que estimulou o espírito de luta do povo americano”, escreveu Mitsuo Fuchida, comandante da esquadrilha que lançou a primeira onda de ataque. Admitiu ele: “Esse ataque trouxe sobre o Japão uma desonra que não desapareceu nem mesmo depois de sua derrota na guerra.”

Franklin D. Roosevelt chamava o dia 7 de dezembro de “data que sobreviverá na infâmia”. Nesse dia, em Pearl Harbor, oito encouraçados dos EUA e dez outros navios foram afundados ou tremendamente danificados, e mais de 140 aeronaves foram destruídas. Os japoneses perderam 29 aeronaves, dentre cerca de 360 caças e bombardeiros que atacaram em duas ondas, além de cinco minissubmarinos. Mais de 2.330 americanos foram mortos e 1.140 ficaram feridos.

Ao brado de “Lembre-se de Pearl Harbor!”, unificou-se a opinião pública americana contra o Japão. “Com apenas um voto discordante na Câmara”, diz o livro Pearl Harbor as History—Japanese-American Relations 1931-1941 (Pear Harbor Como História — As Relações Nipo-Americanas Entre 1931-1941), “o Congresso (bem como o povo americano em geral), uniu-se em apoio ao Presidente Roosevelt na determinação de derrotar o inimigo”. Procurarem vingar-se daquele reide era motivo mais do que suficiente para iniciarem hostilidades contra a Terra do Sol Nascente.

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