sexta-feira, 4 de junho de 2010

Tem Caráter Permanente?

Trata-se duma pergunta significativa, principalmente por causa desta mesmíssima questão de dinheiro. Com o passar dos anos, os governos francês e inglês gastaram mais de US$ 3 bilhões (Cr$ 54 bilhões) para desenvolver o Concorde. Um deles custa agora cerca de US$ 80 milhões, ou quase o dobro de um jumbo. Ademais, com relação ao total de passageiros transportados, também é mais custoso operar um Concorde do que os outros jatos.
Um Concorde tem apenas um terço do tamanho dum jumbo 747, e leva menos de um terço dos passageiros deste. Assim, custa cerca de 20 por cento mais voar no Concorde do que viajar de primeira classe em outros jatos. Uma viagem de ida e volta entre Nova Iorque e Londres custa US$ 1.586, em comparação com uma passagem de ida e volta, de primeira classe em outros jatos, por US$ 1.312, e cerca de US$ 700 para a classe turista.
A questão é: Estarão as pessoas dispostas a gastar o dinheiro extra para chegar mais rápido a outros lugares? Até agora, a situação não parece boa. Os vôos supersônicos não têm dado lucros. Com efeito, em 1976, as duas linhas aéreas que utilizam o Concorde apresentaram perdas totais de US$ 54 milhões!
Um problema específico é que, atualmente, poucas rotas são servidas pelo Concorde. A “British Airways” realiza vôos para Washington, D. C., EUA, para Cingapura e para Barém, no Gôlfo Pérsico. E a “Air France” tem vôos para Washington, D. C., EUA; Caracas, Venezuela, e para o Rio de Janeiro, Brasil. Somente desde novembro de 1977 é que as duas linhas aéreas conseguiram iniciar vôos entre suas capitais nacionais e Nova Iorque.
É óbvio que, para continuar sendo operacional, o Concorde precisa de rotas regulares para importantes centros comerciais e populacionais, tais como Nova Iorque. Uma das principais fraquezas, porém, é o pequeno raio de ação do Concorde. Com uma carga máxima de cerca de 100 passageiros, mal pode levar combustível suficiente para voar de Paris a Washington, D. C., EUA.
Assim, os problemas do Concorde são graves. Provavelmente, isto significará que não mais de 16 Concordes serão construídos. Todavia, devido à preferência do público pela vantagem da velocidade, parece provável que continuarão a voar aeronaves supersônicas. Com efeito, em novembro de 1977, a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA (NASA) concedeu à “Lockheed-California Company” um novo contrato federal de US$ 270.000 (Cr$ 4.860.000,00) para estudar o projeto de um tipo ainda mais avançado de aeronave supersônica.
O novo avião proposto transportaria 200 passageiros numa velocidade de cruzeiro de 6.440 quilômetros horários. Seu raio de ação seria de 9.660 quilômetros, e voaria a cerca de 36.500 metros, altitude em que o estampido sônico não seria objetável na ocasião em que atinge a terra. Será interessante observar outros acontecimentos futuros no vôo supersônico.

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